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Raízes

Quilombo, comunidade, os valores de seu povo são resistência.

Diante de injúrias e injustiças, suas lutas e força pela sobrevivência prevalece.

Negras meninas, mulheres, Negros meninos, homens, na busca por um ideal de vida.

Respeito pelos seus tesouros, a mãe terra, que produz o pão que alimenta o corpo.

A cultura, tradições, religiosidade e ancestralidade que alimentam corpo e alma.

Brincadeiras com cantorias, celebram e revigoram para persistir os seus caminhos.

Diante da simplicidade e humildade, o que se tem é dividido, partilhado, comungando.

Amor, Crença, Divindade e Fé.

Libertos das correntes que ferem e machucam, oprimem e escravizam.


Dilma Ribeiro

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Ergue a voz, Preta!

Meu corpo feminino, negro político É uma tese de força, sem entrelinhas. Sem escolhas não posso me calar para a ação. Não carrego amarras, dor ou lamentação. Apenas um corpo feminino negro nas águas de um oceano, tentando viver. Não exijo atenção, espelhos ou aplausos. Não quero silêncio. Porque a palavra que ergo sempre gritará. A minha palavra comunica, e ainda denuncia uma memória branca e colonial. A minha palavra me ergue, politiza e alivia as tragédias De uma experiência de domínio, negação e de ser. O meu corpo feminino negro, diariamente, sangra. Para alguns um corpo inerte, sem vida e pronto para morrer. Para outros um corpo aprisionado, sem direitos, sem liberdade e sem chances de dizer. Para corpos negros a oralidade nos disse e muito ensinou. Com palavras eu apenas Reafirmo, o poder da minha ancestralidade. Reafirmo, o poder de minha crítica que movimenta a vida. Eu falo do axé que afronta os temidos Do meu corpo feminino, negro político pulsante e a...

12 de Junho

"G abrieli Gonçalves Assusção Andrade (Gabi). Natural de Atibaia, interior de São Paulo, 25 anos. Formanda do curso de bacharelado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG)." "Parafraseando a artista Vita da Silva "travestis não são geradas em nove meses" e respondendo a a obra "Se a arte fosse travesti"  da também artista, Rosa Luz, a arte de ser travesti é uma síntese da minha construção enquanto uma artista travesti, preta, e pobre, refletida nas minhas produções artísticas dos  últimos 6 anos. Sendo uma travesti atravessada  por varias opressões só me resta transforma  minhas narrativas e vivências  em arte, afim de de problematiza, a sociedade, racista, machista, LGBTfóbica, misógena  e classicista." Vídeo: 12 de junho Série: Marolla Gabi @artistagabi
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