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Mostrando postagens de abril, 2021
  Grãos da vida Na choupana havia dois cômodos: um deles era um minúsculo quarto onde a velha cama estava coberta com o surrado cobertor colorido e, na única janela feita com tábuas rústicas, uma tramela fazia a segurança por trás da cortina transparente pelo excesso de uso.  Apoiada em uma prateleira que ficava em frente à cama a pequena imagem da Santa Negra vigiava o ambiente e, uma luz amarela escolheu um dos tantos buracos na velha parede de madeira, para invadir o cômodo, clareando sua intimidade. No outro cômodo, a cozinha, pendurado num canto, um pequeno caixote guardava as poucas panelas que assistiam ao movimento da anciã: uma caçarola de ferro, uma panela de barro com a tampa trincada e uma pequena tigela em madeira escurecida. A chaleira de ferro fumegava sobre o rústico fogão à lenha enquanto o cheiro do café exalava no silêncio do ambiente que só era quebrado pelo canto do galo garnisé anunciando o nascer do dia enquanto ela, sem pressa, escolhia os feijões.  Suas mãos er