Meu corpo feminino, negro político É uma tese de força, sem entrelinhas. Sem escolhas não posso me calar para a ação. Não carrego amarras, dor ou lamentação. Apenas um corpo feminino negro nas águas de um oceano, tentando viver. Não exijo atenção, espelhos ou aplausos. Não quero silêncio. Porque a palavra que ergo sempre gritará. A minha palavra comunica, e ainda denuncia uma memória branca e colonial. A minha palavra me ergue, politiza e alivia as tragédias De uma experiência de domínio, negação e de ser. O meu corpo feminino negro, diariamente, sangra. Para alguns um corpo inerte, sem vida e pronto para morrer. Para outros um corpo aprisionado, sem direitos, sem liberdade e sem chances de dizer. Para corpos negros a oralidade nos disse e muito ensinou. Com palavras eu apenas Reafirmo, o poder da minha ancestralidade. Reafirmo, o poder de minha crítica que movimenta a vida. Eu falo do axé que afronta os temidos Do meu corpo feminino, negro político pulsante e a...